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O
seu corpo foi sepultado em Salvador, depois de desfilar no carro do
corpo de bombeiros na capital paulista, por exigência dos fãs. Na
capital baiana, onde ele nasceu, todos os anos os seus fãs fazem
homenagens no cemitério Jardim da Saudade, em Brotas, na sua sepultura.
Raul
Seixas teve diversas fases ao longo de sua carreira. Na fase de grande
sucesso, dominou os palcos e o interesse da mídia nacional. O segredo do
seu sucesso foram as suas belas composições, com um estilo universal,
místico, apocalípto, além do jeito irreverente de ser e de se comportar
no palco.
Quando
morreu, entre vários depoimentos de fãs espalhados pelo Brasil, um, de
um engenheiro do Ceará, sintetizou bem o que Raul representou para a sua
geração: “Raul sempre pensou 20 anos na nossa frente. Ele nunca
pertenceu a este planeta, porque sempre esteve em um nível mais alto.
Dos que me disseram alguma coisa, foi ele quem mais me disse”.
Em
Salvador, ainda jovem, foi defensor do rock'n'roll - que naquela época
pregava uma mudança radical nos costumes. Com versões de Dick Glasser e
dos Beatles, lançou com a banda Os Panteras o LP Raulzito e Os Panteras, em 1968.
O disco obteve pouca repercussão, assim como Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, lançado em 1972 com Sérgio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star. Só em 1973, com o primeiro LP solo, Krig-ha, Bandolo!, é que Raul começou a fazer sucesso, já com músicas escritas em parceria com o escritor Paulo Coelho.
Longe
de ser só musical, a dupla com Paulo Coelho fez com que Raul
aprofundasse o seu interesse por questões místicas. Em 1974, criaram a
Sociedade Alternativa, baseada nas ideias do bruxo inglês Aleister
Crowley. Os principais preceitos da crença foram divulgados na música Sociedade Alternativa, lançada no LP Gita, de 1974.
Raul ainda lançou 2 discos em que a parceria com o "mago" produziu canções famosas: Novo Aeon e Há 10 Mil Anos Atrás.
A
partir de 1977, os discos do músico baiano ganharam menos atenção da
crítica e em 1978 o cantor passou por complicações decorrentes do
consumo excessivo de álcool que lhe acompanhariam pelo resto da vida.
Música
Raul
criou uma mistura entre blues, folk e música brasileira que o
distinguiu de outros artistas que faziam rock na época, como a Jovem
Guarda. Já em seu primeiro disco solo, o cantor misturava baião, country
rock e música gospel em canções como Ouro de Tolo e Metamorfose Ambulante.
Passou
pelo brega, pelo rockabilly, pelo blues, pela MPB e diversos outros
estilos que ampliaram o conceito de 'roqueiro', como Raulzito era visto
na adolescência. Representante da Sociedade Alternativa, ele se
questionava, fazia crônicas, dialogava com canções da MPB e tinha
consciência da verdade do universo.
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