O fato foi revelado ao jornalista Evandro Matos, diretor do site
Interior da Bahia, pela própria mulher, que pediu para não ser
identificada por medida de segurança. Como a jornalista assassinada, a
jacuipense trabalha na Universidade Federal da Bahia (Ufba), só que em
departamentos diferentes, embora estivessem fazendo o mesmo curso de
pós-graduação.
Emocionada
e ainda chocada com o episódio, a jacuipense, além de pedir para não
ser identificada, também pediu que não publicássemos foto sua. “Eu ainda
estou traumatizada e tenho muito medo de tudo. Para mim, foi uma coisa
muito triste, principalmente porque ela era uma pessoa muito legal. É
como se eu me sentisse culpada por ela ter ido me deixar em casa”,
disse, chorando.
Aos
poucos ela foi se soltando, revelando detalhes de como tudo aconteceu.
“Foi tudo muito rápido. Eu já estava no portão quando eu percebi eles
(os bandidos) arrastando ela para fora do carro e deram um tiro. Eu nem
sei porque eles não atiraram em mim também, parece que não me viram.
Então, apavorada, eu gritei o porteiro para abrir a grade, porque eu não
conseguia. Só quando o porteiro falou que a grade já estava aberta foi
que eu corri, gritando por minha mãe, que estava no apartamento”,
revelou.
A
jacuipense disse que não sabe o motivo de os bandidos terem assassinado
a sua colega. “Eu não posso imaginar por que eles fizeram aquilo.
Atirar assim numa pessoa indefesa, que não ofereceu qualquer
resistência, não dá para entender. Parece que eles se assustaram com a
viatura da policia, que passava pelo local”, avaliou.
Estudo
A jacuipense, que trabalha na área de nutrição da Ufba, prosseguiu seu depoimento: “Está
sendo muito difícil para mim. Ela era uma pessoa muito boa, já estava
perto de se aposentar e planejava voltar para a sua terra, o Rio Grande
do Norte. Ele me disse que queria voltar para lá e montar o seu próprio
estúdio, porque não iria parar de trabalhar. Aí, depois, vem e acontece
uma coisa dessas”, lamentou.
“Nós
estávamos fazendo a mesma pós, e ela disse que estava com alguma
dificuldade em uma disciplina e pediu para estudarmos juntas no final de
semana. Estávamos estudando em seu apartamento e ela veio me trazer em
casa, já perto da meia noite”, contou, revelando detalhes de antes de o
crime acontecer.
No velório
A
jacuipense disse que vem tentando se manter no anonimato porque tem
medo dos próprios criminosos. “Eu estive no velório dela (a jornalista
assassinada), mas cheguei discretamente, não me identifiquei e não disse
nada para ninguém. Somente a minha família sabia”, disse.
Indagada
como conseguiu escapar da imprensa, ela explicou. “Lá estava cheio de
jornalista, uns trabalhando e outros no próprio velório, porque ela era
uma pessoa de muita relação. Eu fiquei na minha e graças a Deus ninguém
me percebeu”, revelou.
Riachão
De
origem na família Leão, e sobrinha do ex-vice-prefeito José Leão Filho,
a funcionária da Ufba disse à nossa reportagem que naquele final de
semana viria para Riachão do Jacuipe. “Vou para lá esta semana, pois
quero sair um pouquinho de Salvador e aproveitar para resolver algumas
coisas”, disse.
Lembre como foi o crime
Nas
primeiras horas desta quarta-feira (14), a polícia prendeu os suspeitos
de terem matado a servidora da Faculdade de Comunicação (Facom) da
Universidade Federal da Bahia (Ufba), Selma Barbosa Alves, 53 anos,
vítima de latrocínio - roubo seguido de morte.
Ela
foi morte na madrugada da última segunda-feira (12), por volta das 0h,
na Rua Arthur de Azevedo Machado, no Costa Azul, próximo do supermercado
G Barbosa, em Salvador.
Roberval Bispo de Souza, conhecido como "Piloto", foi preso na cidade de Irará, região de Feira de Santana. Já Raimundo Santana Portela, conhecido como 'Buda Preto', que teria sido o autor do disparo, foi preso no bairro do Pau Miúdo, em Salvador.
Roberval Bispo de Souza, conhecido como "Piloto", foi preso na cidade de Irará, região de Feira de Santana. Já Raimundo Santana Portela, conhecido como 'Buda Preto', que teria sido o autor do disparo, foi preso no bairro do Pau Miúdo, em Salvador.
A
prisão aconteceu em ação conjunta da Operação Apolo, sob o comando do
Major Wildon, da Operação Gêmeos e policiais do SI da Delegacia de
Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFR). Segundo informações do
repórter Marcelo Castro, eles confessaram o crime. Os dois acusados
estão detidos na DRFR, na região do Iguatemi.
Em
entrevista à repórter da TV Record/Salvador, 'Buda Preto', acusado de
ter atirado na servidora, alegou que a arma teria disparado e que não
prestou socorro á vitima por ter visto a aproximação de uma viatura da
Policia Militar.
Crime
A
vítima deixava a amiga em casa quando dois criminosos chegaram em um
Celta e anunciaram o assalto. A mulher não teria reagido, mas acabou
baleada na cabeça. A amiga da vítima não ficou ferida durante a
ação. Após o crime, os bandidos fugiram no carro de Selma, um Fiat
Punto, e abandonaram o Celta no Costa Azul.
Policiais
da operação Gêmeos, Apolo e da 39ª CIPM perseguiram os criminosos até o
shopping Aeroclube, trocaram tiros, mas os bandidos conseguiram
fugir. O corpo de Selma foi encaminhado para o Departamento de Polícia
Técnica (DPT).
O Departamento
de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o crime. Nascida no
Rio Grande do Norte, a vítima trabalhava no laboratório de TV e Vídeo
da Facom. Nesta manhã, todas as aulas foram suspensas.
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