quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Exclusivo: Mulher deixada em casa por jornalista da Ufba assassinada é filha de Riachão; veja o drama revelado ao site


image Selma foi vítima de latrocinio ao deixar jacuipense em casa
A mulher que foi deixada em casa - no bairro Costa Azul, em Salvador- pela jornalista Selma Barbosa Alves, 53 anos, servidora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), assassinada no dia 12 de agosto deste ano, é filha de uma tradicional família de Riachão do Jacuipe.
O fato foi revelado ao jornalista Evandro Matos, diretor do site Interior da Bahia, pela própria mulher, que pediu para não ser identificada por medida de segurança. Como a jornalista assassinada, a jacuipense trabalha na Universidade Federal da Bahia (Ufba), só que em departamentos diferentes, embora estivessem fazendo o mesmo curso de pós-graduação.

Emocionada e ainda chocada com o episódio, a jacuipense, além de pedir para não ser identificada, também pediu que não publicássemos foto sua. “Eu ainda estou traumatizada e tenho muito medo de tudo. Para mim, foi uma coisa muito triste, principalmente porque ela era uma pessoa muito legal. É como se eu me sentisse culpada por ela ter ido me deixar em casa”, disse, chorando.

Aos poucos ela foi se soltando, revelando detalhes de como tudo aconteceu. “Foi tudo muito rápido. Eu já estava no portão quando eu percebi eles (os bandidos) arrastando ela para fora do carro e deram um tiro. Eu nem sei porque eles não atiraram em mim também, parece que não me viram. Então, apavorada, eu gritei o porteiro para abrir a grade, porque eu não conseguia. Só quando o porteiro falou que a grade já estava aberta foi que eu corri, gritando por minha mãe, que estava no apartamento”, revelou.

A jacuipense disse que não sabe o motivo de os bandidos terem assassinado a sua colega. “Eu não posso imaginar por que eles fizeram aquilo. Atirar assim numa pessoa indefesa, que não ofereceu qualquer resistência, não dá para entender. Parece que eles se assustaram com a viatura da policia, que passava pelo local”, avaliou.

Estudo
A jacuipense, que trabalha na área de nutrição da Ufba, prosseguiu seu depoimento:  “Está sendo muito difícil para mim. Ela era uma pessoa muito boa, já estava perto de se aposentar e planejava voltar para a sua terra, o Rio Grande do Norte. Ele me disse que queria voltar para lá e montar o seu próprio estúdio, porque não iria parar de trabalhar. Aí, depois, vem e acontece uma coisa dessas”, lamentou.

“Nós estávamos fazendo a mesma pós, e ela disse que estava com alguma dificuldade em uma disciplina e pediu para estudarmos juntas no final de semana. Estávamos estudando em seu apartamento e ela veio me trazer em casa, já perto da meia noite”, contou, revelando detalhes de antes de o crime acontecer.

No velório
A jacuipense disse que vem tentando se manter no anonimato porque tem medo dos próprios criminosos. “Eu estive no velório dela (a jornalista assassinada), mas cheguei discretamente, não me identifiquei e não disse nada para ninguém. Somente a minha família sabia”, disse.

Indagada como conseguiu escapar da imprensa, ela explicou. “Lá estava cheio de jornalista, uns trabalhando e outros no próprio velório, porque ela era uma pessoa de muita relação. Eu fiquei na minha e graças a Deus ninguém me percebeu”, revelou.

Riachão
De origem na família Leão, e sobrinha do ex-vice-prefeito José Leão Filho, a funcionária da Ufba disse à nossa reportagem que naquele final de semana viria para Riachão do Jacuipe. “Vou para lá esta semana, pois quero sair um pouquinho de Salvador e aproveitar para resolver algumas coisas”, disse.

Lembre como foi o crime
Nas primeiras horas desta quarta-feira (14), a polícia prendeu os suspeitos de terem matado a servidora da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Selma Barbosa Alves, 53 anos, vítima de latrocínio - roubo seguido de morte.

Ela foi morte na madrugada da última segunda-feira (12), por volta das 0h, na Rua Arthur de Azevedo Machado, no Costa Azul, próximo do supermercado G Barbosa, em Salvador.

Roberval Bispo de Souza, conhecido como "Piloto", foi preso na cidade de Irará, região de Feira de Santana. Já Raimundo Santana Portela, conhecido como 'Buda Preto', que teria sido o autor do disparo, foi preso no bairro do Pau Miúdo, em Salvador.  

A prisão aconteceu em ação conjunta da Operação Apolo, sob o comando do Major Wildon, da Operação Gêmeos e policiais do SI da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFR). Segundo informações do repórter Marcelo Castro, eles confessaram o crime. Os dois acusados estão detidos na DRFR, na região do Iguatemi.   

Em entrevista à repórter da TV Record/Salvador, 'Buda Preto', acusado de ter atirado na servidora, alegou que a arma teria disparado e que não prestou socorro á vitima por ter visto a aproximação de uma viatura da Policia Militar.  

Crime
A vítima deixava a amiga em casa quando dois criminosos chegaram em um Celta e anunciaram o assalto. A mulher não teria reagido, mas acabou baleada na cabeça. A amiga da vítima não ficou ferida durante a ação. Após o crime, os bandidos fugiram no carro de Selma, um Fiat Punto, e abandonaram o Celta no Costa Azul.  

Policiais da operação Gêmeos, Apolo e da 39ª CIPM perseguiram os criminosos até o shopping Aeroclube, trocaram tiros, mas os bandidos conseguiram fugir. O corpo de Selma foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT).  

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o crime.  Nascida no Rio Grande do Norte, a vítima trabalhava no laboratório de TV e Vídeo da Facom. Nesta manhã, todas as aulas foram suspensas.  

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