“É
uma pena ouvir nas rádios, ver na TV, abrir os jornais e ler que o
governo federal se uniu à Fifa para que a Copa do Mundo seja a maior de
todos os tempos. Uma mentira descabida! Não será a melhor e nós vamos
passar vergonha”, anotou.
Queixou-se
da ausência de representantes do Congresso na audiência concedida na
véspera por Dilma Rousseff ao presidente da Fifa, Joseph Blatter. “Se
continuar acontecendo coisas erradas e estranhas como esse encontro do
Blatter com pessoas que não são ligadas a Lei Geral da Copa, ela será
uma merda.”
Romário
(PSB-RJ) foi à canela: “O governo federal está enganado o povo. E a
presidente Dilma está sendo enganada ou se deixando enganar.” Convocou
as arquibancadas: “Brasileiros, continuem cobrando e se manifestando,
porque essa palhaçada vai piorar quando tiver a um ano e meio da Copa.”
Pisou
na rótula: “O pior ainda está por vir, porque o governo deixará que
aconteçam as obras emergenciais, as que não precisam de licitações. Aí
vai acontecer o maior roubo da história do Brasil.”
Romário
prosseguiu: depois da violação das arcas, “eu quero ver se as pessoas
que apareceram sorrindo na foto durante a reunião de ontem [de Dilma com
Blatter] vão querer aparecer. Esse Brasil é um circo e os palhaços
vocês sabem bem quem são.”
Deve-se
o destampatório de Romário à composição da mesa do Planalto. Referiu-se
à reunião como uma dessas “coisas que só acontecem no nosso país”.
Percorreu a lista dos presentes: “O presidente da Fifa vem ao Brasil e
se encontra com a presidente Dilma. Até ai perfeito!”
“Nesse
encontro estão presentes Aldo Rebello, ministro dos Esportes, ok; Pelé,
embaixador honorário do Brasil para a Copa do Mundo de 2014, ok;
Ronaldo, conselheiro do Comitê Organizador Local (COL), ok. Só uma
pergunta: qual dessas pessoas têm a ver com a Lei Geral da Copa?
Nenhuma.”
Listou
os ausentes: “O presidente da comissão da Lei Geral da Copa, Renan
Filho [PMDB-AL], não estava lá. O relator da Lei da Copa, Vicente
Cândido [PT-SP], também não. O presidente da Casa onde será votada a
lei, Marco Maia [PT-RS], também não estava presente.”
Tomado
pelas palavras, Romário avalia que ele próprio deveria ter recostado os
cotovelos na mesa de reuniões do Planalto: “Muitos outros que têm muito
a ver com a Lei Geral da Copa não estavam presentes.” Voltou a mirar a
canela: “Na minha concepção de político, a política vai de mal a pior.”
De
novo, foi para a galera: “O povo tem total razão de reivindicar e
cobrar principalmente mais seriedade e responsabilidade das pessoas que
tem autonomia para decidir coisas importantes como essa (Copa do
Mundo).”
Terminado
o encontro do Planalto, o ministro Aldo Rebelo levou Joseph Blatter ao
encontro de um grupo de deputados. Entre eles alguns dos que Romário
gostaria que tivessem participado da reunião do Planalto –o presidente
da Câmara Marco Maia, por exemplo.
Rebelo,
Blatter e os deputados trocaram afagos e sorrisos ao redor de espetos
de picanha. A julgar por sua manifestação radioativa, Romário parece
avaliar que a Lei Geral da Copa mereceria um encontro mais formal. Uma
reunião em que a conversa não fosse entrecortada pela mastigação do
churrasco. Informações do Uol com foto divulgação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário